Depressão tem cura? Como lidar com esta doença
- Vivenda Quinta das Flores

- 22 de nov
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Entenda se depressão tem cura, os tratamentos disponíveis e a importância de rompermos os estigmas que dificultam que as pessoas procurem diagnóstico e acompanhamento
A depressão é um problema sério que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Aqui no Brasil, a situação é igualmente grave, atingindo 11,7 milhões de pessoas, sendo a maioria delas, mulheres, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste texto, você vai entender se a depressão tem cura, quais os tratamentos disponíveis, além de verdades e mitos sobre o tema, assim como as formas de lidar com a doença ou de ajudar pessoas próximas que estejam em um quadro depressivo.
O que é depressão?
A depressão é uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a forma como elas sentem, agem e pensam. Trata-se ainda de uma das principais causas de incapacidade, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). É fundamental que todos se conscientizem que depressão não é somente uma forma de tristeza, mas um estado que engloba vários sintomas e que costuma se manifestar de maneira persistente e prolongada.
Vale lembrar que esse é um tema importante o ano todo, mas que ganha ainda mais destaque nessa época, durante o “Setembro Amarelo”. A campanha é voltada a mobilizar toda a sociedade para a sensibilização sobre a depressão e o suicídio, de forma a diminuir estigmas e criar redes de apoio para as pessoas que passam por esses problemas.
Depressão tem cura? Mitos e verdades
A resposta para a pergunta se “depressão tem cura” depende de caso para caso, pois embora ela seja um quadro crônico para muitas pessoas, ela pode tanto acontecer por um período como durar a vida toda do paciente. Ou seja, enquanto para algumas pessoas a doença deixa de existir após tratamento, para outras, é preciso lidar com seus sintomas por toda uma vida.
É importante entender que, com um tratamento adequado, os sintomas da depressão podem ser eliminados ou fortemente reduzidos na maioria dos casos, permitindo às pessoas uma vida comum e produtiva.
Mitos a desfazer sobre a depressão
Depressão é frescura. Essa crença é um erro, pois depressão é um quadro clínico, documentado fortemente pela ciência e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
É só pensar positivo. Depressão não é um quadro que se cure caso a pessoa simplesmente tente pensar positivo. O tratamento pode passar por muitos anos de psicoterapia ou mesmo por medicação necessária.
Sintomas da depressão: como identificar a doença
Embora a depressão seja caracterizada por dezenas de sintomas, que variam em presença ou intensidade de pessoa para pessoa, alguns dos mais comuns são:
Tristeza forte e persistente
Abandono do interesse por atividades antes consideradas prazerosas
Perda de energia e fadiga
Insônia ou sono em excesso
Dificuldades para se concentrar
Causas da depressão: por que ela acontece?
Existem vários fatores que podem levar ao desenvolvimento de quadros depressivos, sendo que questões genéticas, bioquímicas e sociais podem ter papel determinante no desenvolvimento da doença. O desequilíbrio químico do cérebro, a genética pessoal, bem como seu histórico de traumas, segundo dados da Mayo Clinic, são fatores que podem aumentar a propensão das pessoas ao desenvolvimento do quadro.
Outros fatores, como pressões financeiras e sociais, que são presentes fortemente na vida das mulheres de baixa renda, também podem funcionar como gatilhos para o surgimento da depressão. Além disso, a sobrecarga de responsabilidades, a falta de suporte emocional e o estresse crônico também são fatores significativos de risco.
Tratamentos disponíveis: opções para lidar com a depressão
Há diversos tratamentos com resultados confirmados no tratamento da depressão, incluindo tanto terapia como medicação. Algumas opções disponíveis, de acordo com dados do National Institute of Mental Health (NIMH), são as seguintes:
Psicoterapia: envolvendo diversos tipos de abordagem, como psicanálise, Gestalt ou Cognitivo Comportamental (TCC), a psicoterapia traz como resultados melhorias tanto na visão de si mesmo como no comportamento de pacientes, ajudando na diminuição dos sintomas.
Meditação : A meditação Transcendental ajuda na depressão ao acalmar a mente, reduzir pensamentos negativos e aumentar o bem-estar mental. Ela promove um estado de relaxamento, melhora a regulação emocional e a concentração, e pode até fortalecer o cérebro em áreas ligadas ao humor e à memória. A prática ajuda a interromper a ruminação (pensamentos repetitivos e negativos) e a quebrar o ciclo de estresse.
Fármacos: Há várias opções disponíveis, que variam de indicação de caso a caso. Destaque para os antidepressivos, que ajudam a regular a quantidade de neurotransmissores no cérebro, a exemplo da dopamina e da serotonina.
Mudanças de estilo de vida: Adotar uma alimentação balanceada, realizar exercícios físicos e mesmo ter um sono adequado são hábitos muito indicados no tratamento à depressão, auxiliando fortemente os resultados da medicação ou da terapia.
Vale destacar que, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acolhimento, diagnóstico e tratamento para depressão. Nesse caso, as principais portas de entrada para os pacientes são as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), podendo também serem procurados os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), em casos graves ou de crises agudas.
Depressão no cotidiano: dicas para lidar com a doença
Lidar com a depressão no cotidiano não é uma questão simples, e é fundamental o acompanhamento médico e psicológico para a obtenção dos resultados corretos. Entre as ações do dia que podem contribuir para a melhoria do quadro, estão:
Participação em grupos de apoio ou em terapias de grupo
Planejamento das atividades diárias, com uma rotina bem estabelecida
Estabelecimento de uma prática regular de exercícios físicos
Ter suporte emocional de amigos e familiares
Quando e como procurar ajuda profissional
Caso você ou algum conhecido apresente sinais de depressão por mais de duas semanas, é fundamental buscar ajuda. Nesse caso, os perfis profissionais mais indicados são os de psicologia ou psiquiatria, que são os responsáveis pelo diagnóstico e posterior tratamento do quadro depressivo.
Vale destacar que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem como uma de suas funções o oferecimento de condições para a saúde mental da população, de maneira gratuita.
Não espere que os sintomas da depressão desapareçam sozinhos. Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa e se informe sobre as formas de tratamento disponíveis.
Depressão e estigma: rompendo o silêncio
Um problema muito sério que prejudica o tratamento da depressão é o estigma em torno das doenças mentais. O preconceito e a dificuldade das pessoas falarem sobre o problema dificulta várias etapas do tratamento, desde a busca por apoio até o diagnóstico, as terapias e o suporte necessário. Sem uma rede de apoio afetivo, é muito mais difícil do paciente sair do quadro depressivo e voltar a se sentir bem com suas atividades diárias.
Por isso, é fundamental aproveitarmos discussões como as do Setembro Amarelo, bem como durante o ano todo, para falarmos abertamente sobre depressão, trazendo essa discussão para o dia a dia. Precisamos criar um ambiente de apoio e compreensão, em que a pessoa com depressão tenha espaço para se identificar e buscar ajuda, sem medo de ser estigmatizada ou rejeitada por quem está ao seu lado.
Conclusão: depressão tem solução, e o caminho é a informação e o apoio
Como vimos, é importante lembrar que a depressão é uma doença grave, mas que pode ser controlada e, em muitos casos, até curada. Com o tratamento adequado, os pacientes podem experimentar melhorias significativas na qualidade de vida e retomar uma vida normal.
Por isso, se você possui sintomas ou conhece alguém com sintomas, não deixe de buscar ajuda ou de dar apoio para que outras pessoas possam buscar tratamento.
25 Nov 2025


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