A população brasileira está envelhecendo. De acordo com os dados do IBGE, na última década, o Brasil ganhou mais de 8 milhões de cidadãos com 60 anos ou mais. A expectativa é que, até 2027, sejam cerca de 38 milhões.
Mas isso não deve significar queda na qualidade de vida. Afinal, com os avanços da medicina, é possível ter uma vida mais longa e mais saudável. É neste ponto que entram os exames laboratoriais de rotina.
Qual é a importância dos exames laboratoriais de rotina para quem tem mais de 60 anos?
Os exames de rotina preventivos são importantes em qualquer idade, mas para quem tem 60 anos ou mais, eles são extremamente fundamentais! Afinal, o risco de doenças aumenta com o passar dos anos e são esses exames que detectam possíveis problemas logo no início, aumentando as chances de cura.
Lembrando que muitas doenças podem ser silenciosas, ou seja, não gerarem sintomas. Com isso, a única forma de detectar que algo não vai bem é por meio desses exames de rotina, que devem ser feitos de acordo com a periodicidade indicada pelo médico.
Quais são os exames laboratoriais de rotina mais importantes?
Veja os exames mais importantes para a sua rotina de saúde:
Hemograma completo
Popularmente conhecido como “exame de sangue”, o hemograma completo é muito solicitado, afinal, é fácil de ser analisado e não exige grandes preparos por parte do paciente, além de oferecer indicadores importantes para os médicos. Com esse exame, é possível analisar o funcionamento e a quantidade de células vermelhas (como as hemácias, que transportam oxigênio), de plaquetas (responsáveis pela coagulação sanguínea) e de leucócitos (que garantem a nossa defesa).
Por meio dele, é possível identificar anemias, doenças autoimunes, infecções e até a sugestão de alguns tipos de câncer, como é o caso da leucemia. Nos casos de pessoas que já tratam alguma doença, o hemograma pode ainda ajudar o médico a acompanhar a evolução do tratamento e a melhora do paciente.
TSH
Com o passar dos anos, as chances de desenvolver um problema na tireoide aumentam, principalmente entre as mulheres. Durante a menopausa, as possibilidades de desenvolver uma doença autoimune, como a tireoidite crônica ou a tireoidite de Hashimoto são maiores, devido às alterações hormonais, como a do estrogênio. Medir o TSH frequentemente ajuda o médico a diagnosticar, ainda no início, possíveis casos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, que podem ser tratados com medicamentos.
Perfil Lipídico
Também pode ser conhecido como “lipidograma” e é por meio dele que o médico analisará os níveis de colesterol do paciente, tanto o bom (HDL) quanto o ruim (LDL), além dos triglicerídeos e do colesterol total. Controlar os níveis de colesterol e triglicérides é muito importante para evitar possíveis doenças cardiovasculares e reduzir as chances de um AVC.
Papanicolau
Independentemente de ter ou não uma vida sexual ativa, continuar fazendo o Papanicolau mesmo após os 50 anos é muito importante. Ele deve continuar sendo realizado com frequência até os 70 anos. Afinal, é a partir desse exame que o médico consegue detectar infecções e a presença de câncer de colo de útero (muitas vezes, em estágio ainda inicial, favorecendo o tratamento).
Vitamina D, PTH e cálcio
A osteoporose é um problema comum na terceira idade e a dosagem de vitamina D e de cálcio podem indicar o início de algum problema ou, ainda, ajudar no acompanhamento de uma osteoporose ou osteopenia já conhecidas. Outro exame importante é o de PTH, que demonstra as quantidades do hormônio para tireoide. Esse hormônio é muito importante porque se relaciona com a absorção de vitamina D e cálcio pelos rins e intestinos. Um alto nível de PHT pode indicar que o cálcio não está sendo usado para fortalecer os ossos, por exemplo, demonstrando uma possível osteoporose.
Glicemia de jejum
A diabetes tipo 2 é uma preocupação para os mais velhos, afinal, os riscos da doença aumentam significativamente a partir dos 45 anos, principalmente nos casos de obesidade ou de diabetes na família. Pessoas que têm diabetes tipo 1 também devem fazer o exame de glicemia com frequência, já que precisam dessa informação para dosar a quantidade de insulina que devem tomar.
Ureia e creatinina
Esses dois exames são fundamentais para avaliar como está o funcionamento do rim. Com o passar da idade, a função renal começa a declinar e, por isso, fazer esse acompanhamento é muito importante, ainda mais porque a maioria das doenças renais não costumam ter sintomas, a não ser quando elas já estão em um estágio bem avançado.
Os pacientes que têm hipertensão ou diabetes devem realizar a dosagem de ureia e creatinina com mais frequência, porque têm uma chance maior de desenvolverem problemas renais. Se os níveis de creatinina estiverem altos, pode ser um indício de que o rim não está filtrando as impurezas corretamente.
PSA
Junto do exame de toque retal, o PSA é extremamente importante para os homens com mais de 45 anos, já que ele pode indicar, precocemente, o câncer de próstata. Infelizmente, muitos homens ainda têm vergonha e até preconceito com esses exames, o que só aumenta os casos de câncer de próstata com complicações.
Sangue oculto nas fezes
A partir dos 50 anos, esse exame deverá ser feito todos os anos. Ele orienta o médico sobre a necessidade da realização de uma colonoscopia, dando pistas sobre possíveis problemas intestinais ou até câncer de intestino. Em alguns casos, o médico também poderá solicitar um parasitológico de fezes.
Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico
A carência de vitamina B12 pode causar anemia, além de uma série de alterações neurológicas, que podem ser progressivas quando não são tratadas, assemelhando-se à demência senil. A vitamina B12 e o ácido fólico possuem uma interação importante, sendo essenciais para que haja a proliferação dos glóbulos do sangue.
A dosagem poderá ser feita periodicamente, em pacientes acima de 65 anos, ou naqueles que se queixam de perda de memória. Lembrando que, além desses exames laboratoriais de rotina, outros poderão ser indicados, dependendo do seu histórico médico e familiar, como:
mamografia;
radiografia de tórax;
ultrassom;
colonoscopia;
densitometria óssea.
Comentarios